
Depois de uma super noite de sexo, choquei quando o bofe perguntou onde ficava a nécesaire de maquiagens e não só conhecia a palavra rímel, como também o usava. Nada contra homem cheiroso, bem arrumado e de rímel, desde que ele não fique três horas se arrumando e depois decida que não poderá ir ao motel contigo porque não tem roupa!
Completamente abalada, precisava beber para engolir a história do Cat-do-Rímel, que por nojinho nem quis experimentar a calcinha comestível que comprei. Como boa companhia, convidei uma Bichamiga que me trouxe o Kit Dor de Cotovelo: dois ouvidos, álcool e disposição para xingar os homens.
Fomos à minha casa e com todas as generalizações permitidas pela situação, começamos o chororô anti-homem, a velha história de superação e então abrimos o cortezzano. Poucos minutos de conversa e chegamos a uma conclusão lógica: ao menos o bofe não se não se maquiou antes... duas doses depois e com um ar de superioridade que eu não entendia, a Bicha grita, gargalhando: Amiga, seu filé mignom é maminha!
(e olha que eu nem contei a ela que o bofe me pediu, no primeiro encontro, para depilar o peito dele).
Pouco mais de meia garrafa e já afirmávamos o quanto éramos melhores que os outros. Passados cinco elogios, a gazela campestre já estava em cima de mim e eu ainda não sabia que ela estava prestes a fazer barba, cabelo e bigode.
Com os machos embichando e as bichas dando no coro, se Darwin estiver certo, a humanidade está caminhando para um grau de evolução onde não faltará sexo, desde que não ligue pra quem te coma – prática antiga dos mais evoluídos. Dentro deste pressuposto, até mesmo os gays mais ortodoxos aceitarão o convite de tomar uma bebida e encarar o sururu, te salvando daquele vazio interior provocado pela falta de pica.
Só um cuidado: depois de me deixar curtir o sono pós-gozo, fazendo a linha boa noite cinderela, a Bichamiga deu a elza na nécessaire, carregando, inclusive, aquela calcinha comestível que o bofe dispensou.
Calcinha comestível, o mais novo brinquedinho do Arte & Manhas do Amor